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Joyland é um livro doce, daqueles que nos faz querer virar as páginas só para participar, um pouco mais, da vida dos personagens. Essa leitura me lembrou, um pouco, outro clássico do Stephen King chamado A Espera de um Milagre, pela sutileza e leveza dos fatos, mesmo que estejam mergulhados em uma trama densa e, muitas vezes, sobrenatural.
Devin Jones é tão doce quanto essa obra e tão profundo quanto o mundo dos parques, e é, basicamente, disso que o livro fala: a vida das pessoas, seu envelhecimento, suas amizades e principalmente seus amores que é exatamente o que levou Devin para o parque de diversões chamado Joyland.
Desiludido e profundamente machucado, Devin, vai tentar seguir em frente, mesmo que seus pensamentos estejam ainda em seu primeiro amor e acaba topando com algo ainda mais terrível quando resolve passar suas férias de verão trabalhando no parque.
Eu nunca fui tão infeliz, também posso dizer. As pessoas pensam que o primeiro amor é fofo e que fica ainda mais fofo depois que passa. Você já deve ter ouvido mil músicas pop e country que comprovam isso; sempre tem algum tolo de coração partido. No entanto, essa primeira mágoa é sempre a mais dolorosa, a que demora mais para cicatrizar e a que deixa a cicatriz mais visível. O que há de fofo nisso?”
A partir daí, a maior parte do livro mostra o cotidiano dos novatos no parque e isso pode ter decepcionado um pouco os fãs mais exigentes do King, mas não eu que aprecio acima de tudo o poder que a narrativa dele tem. Obviamente que existe um suspense em tono desse universo e é aí que entra a história do assassinato de Linda Grey que aconteceu dentro da Casa dos Horrores, cujo fantasma ainda aparece pedindo ajuda.
Algumas partes de suspense nos mostra que Stephen King, mesmo tentando ser romântico, ainda traz nas veias aquele lado obscuro que só ele sabe narrar, mas em momento algum o terror assuma o protagonismo dessa história e é por isso que Joyland se tornou tão especial para mim.
Devin ainda conhece duas pessoas muito importantes em sua jornada: O garoto de cadeira de rodas, chamado Mike, que sofre de distrofia muscular, e sua mãe Annie que tem uma história complicada com o pai e se desdobra para ajudar o filho, abrindo mão de sua própria vida para isso.
E como King é King, o garoto tem certo grau Iluminado. \O/
Chega de Spoilers? Eu garanto que isso não via arruinar sua leitura, pois não contei nenhuma novidade. Quem conhece Stephen King mata logo de cara onde ele quer chegar e vibra a cada página com a trama.
Só digo que tudo se uni de uma forma deliciosa no final. O parque Joyland e toda sua magia. O fantasma da garota assassinada na Casa dos Horrores. O garoto (iluminado?) e Devin Jones com seu coração partido.
E não pensem que tudo são lágrimas ou mistérios e discordâncias. Stephen King nos presenteou com uma obra realmente doce e muito gostosa de ler, provando que ele consegue passear por qualquer tipo de literatura. Isso fica claro no final desse livro, tanto para nós, leitores, quanto para Devin Jones:
Alguns dias são preciosos. Não muitos, mas acho que em quase toda a vida há alguns. Aquele foi um dos meus, e quando estou triste, quando a vida me dá uma rasteira e tudo parece ruim e sem graça, como a Joyland Avenue em um dia chuvoso, eu volto a ele, ao menos para lembrar a mim mesmo que a vida nem sempre arranca nosso couro. Às vezes, ela oferece verdadeiros prêmios. Às vezes são precisos”.
Espero que, se você nunca leu nada do autor, comece por esse e parta para todos os outros 60 e tantos livros. Garanto que algum deles fara tua cabeça
Oi Camila, eu vi este livro ontem em um supermercado e minha mão coçou para comprar, mas tenho uns 6 na espera para ler, rsrsr Beijosss
ResponderExcluirÓtima resenha, parabéns, estou doido pra ler esse livro. Eu também adoro quando o King foca mais no cotidiano dos personagens, um bom exemplo disso é no Sob a redoma, ele nos apresenta a vida de quase todo mundo a cidade kkk relações humanas é uma das melhores facetas dele. Estou ansioso pra ler Joyland, ta na lista pra esse ano ainda ;)
ResponderExcluirOi, Camila! Tudo do King me interessa. Esse livro me lembrou alguns contos dO País de Outubro, do Ray Bradbury, aliás, você pre-ci-sa ler esses contos. Leia ontem. :) Beijos!
ResponderExcluirKing é um mestre! Acabei de ler um livro de serial killer agora pela manhã. Amo essa temática! Meu marido diz que ta com medo de mim... hahahha
ResponderExcluirBjs
www.digoporai.com
Só um comentário bobo, na bienal do livro esse ano tinham duas meninas fantasiadas da garota da capa divulgando o livro no estande da editora haha Elas estavam usando uma peruca e vestido verde :)
ResponderExcluirSó um comentário bobo, na bienal do livro esse ano tinham duas meninas fantasiadas da garota da capa divulgando o livro no estande da editora haha Elas estavam usando uma peruca e vestido verde :)
ResponderExcluirAimmmm. Eram "Garotas Hollywood"!!!
ExcluirQue legal!!!!!!
Aimmmm. Eram "Garotas Hollywood"!!!
ExcluirQue legal!!!!!!