Era uma vez...
- Você precisa fazer uma coisa muito importante pra mim. Estou doente e agora o mundo depende de você. Para começar você terá que trocar essa roupa. Armadura e capacete de ferro se fazem necessário, você correrá um grande risco o tempo todo e não posso deixar que você morra antes de terminar a missão.
- Certo - Eu respondi desconfiada, um pouco apavorada pelo que estava por vir, mas excitada para ver até onde ia a mente humana.
- Pegue o cavalo mais forte e siga pelo caminho do rio. Você vai passar por quatro montanhas, mas só uma delas terá uma caverna. Você está entendendo?
- Claro, estou entendendo tudo! - Eu menti.
- Então porque não está montada no cavalo ainda?
- Porque estou esperando o senhor me explicar tudo antes.
- Ah, já começaram as desculpas. Quando você vir o monstro da caverna então, vai gritar como uma mulherzinha...
- Mas eu sou uma mulherzinha...
- Chega de lamúrias, suba no cavalo.
E lá estava eu, em um quarto de hospital sendo observada por meu pai e minha tia e tendo que fingir que subia em um cavalo imaginário.
Aconteceu em 2012.
Meu avô português de 93 anos precisou ser internado por causa de uma forte pneumonia e para meu martírio (e deleite) o médico receitou um remédio que provocou uma reação extremamente forte nele, causando alucinação.
- Prontíssima - Respondi literalmente trotando em meu cavalo James... (Ah, me deixem... Já que eu precisava imaginar que fosse algo muito louco então... Dei um nome para o cavalo e ele era preto, Não quero nem saber!).
- Então vai seguindo até achar a caverna que eu falei... É linda a paisagem não é mesmo?
- Magnífica - Eu respondi, já que estava atravessando um vale lindo com um riacho cuja correnteza não dava trégua. (Sim eu me empenhei e daí? Hahaha).
- Olha lá o monstro! Agora pegue essa espada e a enfie no olho esquerdo dele. Isso o fará ficar quieto, então quando ele parar você joga essa poção na espada e a retire do olho dele e ele vai morrer. É o único jeito.
Eu dei sim alguns golpes de espada na sala do hospital, matei aquele ogro cinza horrível e tenho que dizer aquele único dente dele ne apavorou, mas valeu a pena.
- Muito bem - Disse meu avô satisfeito - Agora eu vou descansar e você pode voltar por onde veio. Aproveite a paisagem...
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Essa é minha avó e o meu grande avô português;
Um velhinho lindo e cheio de histórias pra contar da "Terrinha" dele!
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A historia para ele havia acabado, assim como o efeito do remédio que se esvaia do seu organismo tão debilitado, mas para mim foi épico. Meu avô deve ter lido os livros mais legais do mundo pra criar aquela história em sua cabeça.
Fiquei um pouco chateada quando acrescentaram o nome desse remédio em seu prontuário, ele nunca mais pode tomar por causa da reação. Eu sei que é para o bem dele, mas criar histórias com meu avô foi irado e isso não esquecerei nunca mais!
Fantástico isso! A minha mãe também teve essas alucinações enela, foi horrível. Que bom que teu avô tinha bastante histórias e imaginação dentro dele e nelas voou!!!
ResponderExcluirAdorou!! beijoschica
Bem interessante o post, e muito simpáticos os seus avós. Parabéns!
ResponderExcluirSaúde e paz!
Que amor esse texto, Camila! Admiro seu carinho com seus avós. Beijos pra vocês três!
ResponderExcluirNossa,menina! Delirei, eu, lendo isso tudo. Como adoraria sentar e prosear com seu avôzinho português. Continue trazendo as histórias fantásticas dele pra cá.
ResponderExcluirUm beijo.
Ahhh Mi ele é uma delicia de velhinho! Tem mil histórias para contar! Adoro esse cara que já passou por tudo no mundo!
ExcluirA imaginação não tem limite, consciente ou não. Amei a foto dos seus avós.
ResponderExcluirBeijos
Fiquei curioso de que terra eram os seus avos Camilo ,beijinhos
ResponderExcluirMinha avó é italiana (descendente) e meu avô é português mesmo, veio de navio de Portugal com 29 anos de idade! Ele fala tudo enroladinho ainda, uma gracinha!
ExcluirNossa Camis... Que lindo isso!
ResponderExcluirLindo isso, né. Meu vô era um excelente contador de causos. Bjos, Camila.
ResponderExcluiroi Camis,
ResponderExcluiradoro quem ama os avós,
geralmente eles ficam esquecidos,
adoro ainda mais você...
e que linda postagem...
seus avós são lindinhos demais...
beijinhos
Oi Camila,
ResponderExcluirGostei da história do seu avô. Será que dá para contar pra gente qual é este remédio?
Beijos 1000 e um ótimo restinho de semana.
GOSTO DISTO!
ResponderExcluirPuxa! Que incrível! Uma aventura e tanto-rsrs.
Também tive um avô português, por parte de pai, mas ele era muito fechado e não me lembro de nenhum momento especial com ele.
Texto ternurento. Adorei.
Beijo.
MUITO INCRÍVEL *----------*
ResponderExcluirUm dia eu quero conhecer o seu avô :D
Realmente, não há coisa melhor do que a nossa imaginação!! Nela criamos um mundo do jeito que queremos :')