Livro no Skoob |
Um livro de mais de mil páginas (o meu exemplar tinha) que se tornou um clássico do terror há, pelo menos, três gerações, dá trabalho para resenhar. Dá trabalho até para ler, pois ando com sérias dores nas costas por possuir o exemplar antigo e megapesado!
Sim! Valeu cada pontada na espinha, o livro faz jus a sua fama e quem o leu provavelmente encarará palhaços de outra forma a partir daí.
Dividido em 5 partes, 23 capítulos e quase uma centena de subcapítulos, A Coisa manteve os pêlos do meu braço eriçados por pelo menos 50% das páginas e ainda tenho a impressão de ter alguém atrás de mim enquanto escrevo... (Agora mesmo senti um arrepio na nuca, você também sentiu?)
Veja bem, o terror que o Stephen King escreve não te deixa acordado de noite apenas, não é isso, é algo mais profundo, é como se ele desenterrasse os medos de criança que você corajosamente enterrou em sua alma ao se tornar adulto e os transcrevesse naquelas malditas páginas obscuras.
E é isso que torna esse livro tão assustador. Ele é praticamente narrado e descrito pelo medo de várias crianças que se transformaram em adultos e tiveram que encarar tudo novamente.
Aliás, que maldição é o Palhaço né? King escolheu o mais diabólico símbolo infantil para nos aterrorizar.
O ator e sua criatura! Interpretação magnífica! |
A obra começa com seis adultos recebendo um telefonema os chamando de volta para Derry (cidade onde nasceram), pois haviam prometido, quando crianças que, se A Coisa voltasse, eles retornariam para destruí-la mais uma vez.
Todos reagem ao telefonema de forma diferente e através de suas lembranças mais pesadas e profundas, vamos conhecendo o passado desses adultos. Os traumas que juntos superaram e que levaram para a vida adulta até aquele momento.
Ao passo que caminhamos pela história, nos é apresentado o passado de Derry e também o caminho que a cidade trilhou até a volta da Coisa que mata crianças há várias gerações. A descrição de King é esplêndida! Chega a ser real em diversos momentos e por vezes precisei tomar um fôlego da leitura. Sério, vocês também estão sentindo um arrepio na nuca ou é impressão só minha?
Stephen King dá voltas na história, apresenta fatos em suas primeiras páginas e os usa novamente diversas vezes e em diferentes contextos.
Quem já leu esse livro vai lembrar vivamente da tal cabeça encontrada por uma moradora em sua árvore!
A MALDITA CIDADE PARECE EXISTIR!
King cuidou até disso, descrevia bairros e ruas tão vivamente que eu seria capaz de desenhar um mapa, mas olha só, senhoras e senhores, ele já desenhou o tal mapa:
A Coisa parece mais forte, mais preparada e muito mais enraivecida. O grupo só pode contar com suas lembranças deficientes para derrotá-la novamente e dessa vez, para sempre.
Preciso ressaltar a deliciosa amizade entre esses garotos que formavam o Clube dos Perdedores.
Bill Gaguinho, o grande Bill tem toda a capacidade de liderar a turma toda e parece se preocupar o tempo todo com Eddie, um garoto hipocondríaco atormentado por uma mãe neurótica a vida toda. Ainda na base do grupo, passamos a conhecer Richie, um garoto supercriativo que tem o dom (ou pensa que tem) de criar vozes diferentes, mas as usam nas piores horas possíveis. Todos adoram atormentar Stan, um judeu que não se importa de enfrentar a pior fera do universo, mas não suporta a ideia de ficar sujo por mais de um minuto.
Ainda junta-se ao grupo Ben, um garoto obeso e solitário que até então dividia seu tempo livre com os livros e uma paixonite secreta pela bela Bev, que acaba entrando no grupo para a alegria de Ben, mas que parece ter olhos apenas para Bill. E por último junta-se ao grupo um garoto negro que vivia sendo atormentado na escola por isso, chamado Mike, que anos mais tarde seria o responsável por convocar toda a turma de volta a cidade.
Antes e Depois do Clube dos Perdedores
Eu adorei cada segundo das aventuras dessas crianças e o mais legal foi passar para a segunda fase, quando todos se reencontram já adultos. Os costumes, as brincadeiras e as manias retornam de forma espantosa e involuntária, assim como as piores lembranças há muito esquecidas.
É uma história de arrepiar e encantar na mesma proporção (talvez arrepie um pouco mais, sei lá), mas é sem dúvida alguma, um dos melhores clássicos do terror e leitura obrigatória para os fãs de Stephen King.
O resumo é bem esse, mas a obra é muito mais profunda. Tolkien se sentiria em casa com o tamanho do universo que King criou para essa história. Sentirei falta desses personagens porque possuíam uma personalidade tão viva que me fizeram acreditar serem reais em diversas partes.
Ah, droga! Vou mesmo sentir falta do Clube dos Perdedores! Vou sentir falta até do Palhaço Parcimonioso... Não, dele não!
Recomendo! Leia sem falta, mas se você tem medo de história de terror, sugiro que leia de dia!
Oi Camila, por isso que eu adoro este autor, ele é um gênio na criação de personagens e situações, li faz tempo, tenho o livro na minha coleção, ma não quero reler de jeito nenhum, rsrsrs beijosss!!!
ResponderExcluirEu sempre tive medo deste palhaço feio kkkkk
ResponderExcluirbjokas =)
Camila, sua resenha é muito boa e me faz sentir vontade de ler o livro como desafio: pra ver se o King escrito me assusta mesmo rsrs (o conto O Nevoeiro é interessante, até estou gostando e fazendo algumas reflexões, mas o suspense é leve). Pelo que diz, "It" deve ser mesmo assustador, mas confesso neste momento que o tamanho dele não me encoraja.
ResponderExcluirVou pedir que você me indique um título com volume menor e que você considere também muito assustador.
Beijo beijo beijo!
Adorei minha querida amiga Camila ,desejo-lhe muitos arrepios kkkkkkk,beijinhos :)
ResponderExcluirNossa... como a Regina disse, você escreveu de uma maneira muito convidativa a leitura! Fiquei curiosa para saber mais da história! ótimo post e parabéns por ler esse livrão hehe
ResponderExcluirÓtima resenha! Hei, Camila! Que tal fazer um post comparando o livro e o filme? Eu adoraria. Nem que seja pro Halloween do ano que vem. Beijos!
ResponderExcluirCamiLINDA! Depois do Pennywise eu NUNCA mais olhei pra um palhaço do mesmo jeito! Hehehehe! E It é mesmo um cRássico do gênero, nzé? Beijocas sua sumidinha!
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