[Livro] Sonhos com Deuses e Monstros (#3)

O anjo (Jael) respirou fundo e fez uma pausa antes de concluir, dramaticamente: “As feras estão vindo atrás de vocês”. E com isso os tumultos começaram".

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Leia a resenha dos outros volumes dessa trilogia:


Eu já li as trilogias mais famosas da atualidade, me decepcionei com quase todas que prometiam, prometiam, prometiam e no final me deixou com a sensação de que não havia valido a pena ter lido aquilo.

Passei por Jogos vorazes que me deixou maravilhada. O primeiro e o segundo volume são incríveis e li em um fôlego. Joguei-me na terceira obra, amando, sonhando e praticamente morrendo pela Katnis, quando me deparei com aquele final injusto... Essa seria a palavra? Não o mais certo aqui seria um palavrão, mas vou poupar vocês.

Então desolada, parti para Divergente que prometia o mundo em termos de aventura, distopia e romance. De fato o primeiro volume foi excelente, cheguei a fazer parte da grande massa que implorava pelo próximo livro e quando ele chegou foi uma decepção. Um livro politico em sua totalidade, que tirou o glamour do primeiro e o terceiro então... Esse sim merecia um palavrão.

Até Crepúsculo foi melhor finalizada do que essas duas aí acima.

Mas o mundo não poderia estar perdido para mim quando se tratava de trilogias. Enfim encontrei Maze Runner e adorei. Li cada página amando e temendo o fim e quando ele chegou, não foi o melhor do mundo, mas não me fez sofrer. Sim, as coisas estavam melhorando enfim...

E eis que surge Feita de Fumaça e Osso e esse sim merece palmas. Desde o começo prometeu e cumpriu em seu final. Me deixou agoniada pelas sequencias, pelo término e agora escrevendo esse post já me faz desejar recomeçar a leitura novamente.

Enfim uma trilogia que posso recomendar sem medo de desfazer os sonhos de ninguém, porque esse vale a pena. Sonhos com Deuses e monstros é o final dessa obra escrita pela linda Laini Taylor que conta a história de um anjo e um demônio que se apaixonam e dividem o mundo, não em dois, mas em mil pedaços.

Novamente essa imagem, pois retrata todo o começo.
Toda a mitologia criada nessa história partiu desta cena.
Desde o início daquele acampamento que Liraz não sentia a dor ou o mal-estar que a magia deles (quimeras) lhe provocava. E era por isso que ela estava irritada. Porque não estavam lhe dando um motivo para se irritar".
Uma guerra brutal, ameaças de todos os lados, magia descontrolada chegando a arranhar o véu da vida que hoje conhecemos. Anjos descendo até a terra, alertando sobre as feras em uma caçada sanguinária e feras protegendo anjos. Tudo isso ao mesmo tempo, com personagens muito bem desenvolvidos que pareciam existir de verdade. Tudo isso e no meio Karou e Akiva, os melhores protagonistas de todas as trilogias que já li até hoje.

E então um sorriso compartilhado nasceu entre os dois, e uma risada se fez ouvir. O alívio os deixava ofegantes — o alívio e também um fator mais simples, a pura falta de oxigênio, porque, afinal, quem tem tempo de respirar?"

Akiva e Karou finalmente se unem, sem reservas, sem se esconder e para lutar frente a uma guerra milenar que está prestes a destruir o mundo se não for contida. Nesse terceiro volume conhecemos um pouco mais da história desse anjo – Akiva – que foi arrancado de sua mãe ainda criança e que traz dela apenas os olhos de fogo, por ter o sangue dos Stelians. Mas será que é só? A magia que ele sente dentro dele é algo singular e nenhum outro anjo – ou quimera – sente algo parecido.

Uma nova raça de anjos – mais antiga do que todos – aparece e traz junto TODAS as respostas que precisamos. A complexibilidade desse volume é incrível e mesmo assim é fácil de ler. Cada página é sorvida como água e é impossível parar de ler. Não há um personagem sequer esquecido no final e todos tem o final que merecem, mas obviamente com surpresas.

Karou sentiu o coração em pedaços. Aquela soldada Ilegítima, a mais brutal de todos os seus, tinha agachado nas águas geladas de um riacho e cantado, na tentativa de conduzir uma alma quimera para seu cantil, porque não soubera o que mais poderia fazer".

A união entre quimeras e anjos é um jogo delicado, cheio de voltas e sentimentos. Esquecer divergências do passado é realmente complicado quando envolve toda uma raça e acompanhamos essa mudança gradativamente.

Como eu disse nas resenhas anteriores, o romance entre Karou e Akiva é delicioso, mas é muito mais profundo do que um simples caso de amor. Não é bobo e muito menos enjoativo. Aos românticos está aí um ponto que talvez não agrade muito, mas para quem busca algo mais do que um simples “VIVERAM FELIZES PARA SEMPRE”, essa é a chance.

As mãos de seus irmãos pendendo desajeitadas ao lado do corpo, porque não estavam em seu lugar de costume: no pomo das espadas. Era ali que um espadachim descansava a mão, mas, para ilustrar sua promessa, os Ilegítimos — todos os duzentos e noventa e seis — despiram-se de suas armas, para que sua postura não parecesse ameaçadora. Alguns tinham enganchado os polegares nos cintos; outros, entrelaçado as mãos às costas ou cruzado os braços. Todos pareciam desconfortáveis, em posições pouco naturais".
Por fim, deixo aqui minha opinião quanto a produção do livro feita pela Editora Intrínseca que sempre trás para nós os melhores livros do mundo. Certamente lerei qualquer coisa que essa editora publicar, porque a qualidade é a melhor propaganda deles. E não sou parceira da editora, não fui comprada para escrever isso, faço de coração, porque nunca li nada deles que fosse ruim. 

A edição é magnifica, a diagramação é perfeita e as capas são maravilhosas. Esses efeitos metalizados deixaram a minha estante bem mais glamorosa e fico paquerando essa trilogia cada vez que passo por ela.



Hoje chega ao fim essa nossa sessão de resenhas da trilogia Feita de Fumaça e Osso e só posso reafirmar – pela terceira vez – que é, sem duvida alguma, a melhor trilogia que já li. Termino aqui com a mais completa sensação de alegria e totalmente satisfeita pela leitura.



2 comentários

  1. Oi, Camila! Também gosto do trabalho da Intrínseca. Já resenhei alguns de seus livros pro Digestivo. Uma trilogia que não termine perdida como a ilha de Lost mostra respeito pelo leitor. Criar um montão de mistérios e ganchos é fácil. Amarrar tudo no final exige engenhosidade e talento. Beijos!

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  2. Nossa, muito legal! Adorei a resenha, camila!
    Fiquei doida pra ler!
    Bjs


    www.digoporai.com

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