Era uma vez um anjo e um demônio segurando um osso da sorte, que, ao ser partido, dividiu o mundo em dois".
Graças a Deus que eu me rendi a essa trilogia bem depois de terem lançados todos os livros. Confesso que não suportaria esperar mais de um ano pelo próximo volume e surtaria escrevendo cartas para a escritora - Que diga-se de passagem muito fofa e lembra a Karou com seus cabelos coloridos:
Laini, eu vou ler qualquer coisa que você escrever para sempre! |
Dias de Sangue e Estrelas foi lido por mim, assim como o primeiro, em um fôlego só. Nem consigo me lembrar do final de um e o começo do outro porque atropelei mesmo e quando vi já estava rumando para o terceiro. Mas isso não quer dizer que não exista algo de muito especial nele, algo que o diferencia do Feita de Fumaça e Osso, porque tem... Tem mesmo: RESPOSTAS!
Ainda no primeiro livro, quando Karou parte aquele osso misterioso que Brimstone tanto protegia, toda uma realidade é jogada sobre nós e é com ela que vamos lidar nessa sequência. A garota excêntrica de cabelos azuis descobre que em outra vida foi Madrigal, uma quimera guerreira que se apaixonou pelo seu inimigo: O irresistível anjo Akiva. O mesmo anjo que a faz suspirar agora como Karou.
SE APAIXONARAM DUAS VEZES EM VIDAS DIFERENTES.
Mas o que complica ainda mais a situação é que Akiva viu sua amada Madrigal ser morta pelo seu próprio povo quimera e jurou vingança. O anjo realmente se vingou e agora, se lembrando de tudo, Karou descobre que sua vida toda foi destruída por aquele que ela amava - e ama novamente.
Esse segundo volume nos mostra Akiva e Karou tomando caminhos diferentes e tentando sobreviver à guerra milenar em que pertencem. O amor dois destruiu Eretz - seu mundo - uma vez e as consequências estão a torturando até agora. Mesmo como Karou, as lembranças de Madrigal são nítidas e fica claro o seu papel nessa guerra.
A noite chegou e a caravana montou acampamento, guardas puseram-se em vigia. Pequenos sons começaram a atravessar a escuridão: passos apressados, um galho se partindo. Os guardas logo levaram as mãos aos cabos das espadas; sentiam o sangue gelar, olhavam freneticamente de um lado para o outro. E então os escravos começaram a cantar".
Em um cenário de destruição e morte, Karou reencontra o Lobo branco, responsável por sua morte como Madrigal e mesmo contrariada, assume o lugar de Brimstone ao lado dele e se torna a ressurreicionista. Finalmente entendemos completamente o porquê de tantos dentes e finalmente Karou passa a ser protagonista de sua vida novamente.
Pausa aqui: Brimstone foi o personagem mais incrível do primeiro livro e é possível sentir a dor de Karou ao descobrir o tamanho da vingança de Akiva e só por isso a coisa não fica insustentável. Não sou uma romântica, mas detesto casais que brigam por nada em histórias, mas aqui o motivo é tão profundo e milenar que até eu dou razão a Karou! #prontofalei.
Karou/Madrigal é odiada pelo seu próprio povo, por sua traição (amar o inimigo), mas é a única capaz de ressuscitar e criar um exército de quimeras antes que os anjos se organizam para aniquilar todos eles de uma vez por todas.
Do outro lado da guerra, Akiva tem plena certeza de que Karou está morta, pois não a encontra de forma alguma e não escuta noticias dela, mas mesmo assim continua firme em seu propósito de unir as duas raças de alguma forma e terminar com essa guerra derrotando de vez o quimera comandante Lobo Branco e o Anjo Imperador Joram.
Aos poucos vamos acompanhando a mudança na percepção dos anjos diante dessa guerra estúpida e algo novo começa a nascer dentro dos corações mais endurecidos de todos os mundos.
Era uma vez um anjo e um demônio que se apaixonaram e ousaram imaginar um novo modo de viver – sem massacres ou gargantas cortadas ou fogueiras feitas com os mortos, sem espectros ou exércitos bastardos ou crianças arrancadas dos braços de suas mães para assumir seu lugar naquele ciclo de matar ou morrer".
Quero falar um pouco dos irmãos de Akiva. Os únicos que sabem que o anjo traiu sua raça com uma quimera e os primeiros a apoiar essa imensa mudança.
Liraz é uma guerreira brutal e altamente perigosa. Fiel ao seu juramento e uma das únicas que parecem se divertir com seu trabalho. Talvez não chegue a tanto, mas a questão é que Liraz é mesmo mortal e nem Akiva sabe o que será necessário para convencê-la a mudar de lado.
Já Hazael é um anjo diferente, divertido e atrevido, seria capaz de mover o mundo para acabar com a violência em que vivem. Estranhamente parece ser o único capaz de tocar Liraz e também é o primeiro a sucumbir ao apelo de paz de seu irmão Akiva.
Os três são filhos bastardos do Imperador assim como todo o exercito de anjos que se denominam: Ilegítimos. Anjos nascidos para a guerra, tirados de suas mães quando ainda são crianças e jogados em arenas para treinar.
Quando Akiva acordou, Liraz dormia ao seu lado. Estavam no escuro, embora, lógico, a escuridão nunca fosse total onde havia serafins. O fogo de suas asas, mesmo fraco da exaustão e do sono, projetava uma discreta luminosidade que chegava ao teto alto de madeira e às paredes inclinadas de barro".
Os líderes não têm escrúpulos e não se privam de matar e explorar da forma que mais lhe convenham. Gostei dessa obra porque, assim como várias outras, retrata os anjos de forma cruel. Os demônios (quimeras) são mesmo monstros, mas os seres celestiais são retratados de forma terrível e isso torna os dois lados da guerra praticamente iguais, cada um lutando pela sua verdade e aqui nessa história ser mortal não significa não ter a razão.
Nesse segundo volume conhecemos Ziri, o último Kirim das quimeras (espécie que Karou pertenceu como Madrigal) e o Lobo Branco, sedutor e arrogante da pior forma que podemos imaginar. Também nos aprofundamos muito na história de Zuzane e Mik, amigos de Karou e cada cena com eles é hilária e apaixonante.
Dezoito anos antes, no baile do Comandante, Ziri, apenas mais um garoto na multidão, vira Madrigal dançar com um estranho e desejara que fosse ele, desejara já ser crescido, desejara, desejara, desejara, tudo inutilmente".
Também passamos a conhecer mais da história de Akiva e suas origens. Existem anjos que estão fora da guerra e que possuem magia, algo que Akiva parece manusear com intimidade até mesmo sem querer.
O final é de tirar o fôlego e alguém aqui duvida que eu mergulhei no terceiro volume no mesmo instante? A escrita da Laini Taylor é incrível e profunda. Ela dança entre as histórias com total maestria e as páginas do livro viram e viram e viram sem parar. Impossível pausar a história.
Se não te convencia a ler essa trilogia ainda, não sei mais o que fazer!
oi Camis,
ResponderExcluirvou confessar que estou quase convencida...
beijinhos
Ai, Camila! Você não vai sossegar enquanto eu não ler esses livros, né? Nem eu. :) Beijos!
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