Sinopse: Esta obra é uma poderosa denúncia a todos os tipos de injustiça humana. Narra a emocionante história de Jean Valjean — o homem que, por ter roubado um pão, é condenado a dezenove anos de prisão. Os miseráveis é um livro inquietantemente religioso e político. Com a França do século XIX como pano de fundo, «Os Miseráveis» conta uma apaixonante história de sonhos desfeitos, de um amor não correspondido, paixão, sacrifício e redenção, num testemunho intemporal da sobrevivência do espírito humano.
Classificação
Os miseráveis pode ser considerada uma obra cansativa, não vou gritar com isso, mas é tão genial que me deu aquele gostinho de poder quando finalmente cheguei ao final. Fui chamada de corajosa, louca e nerd, mas na verdade me considero privilegiada por ter conseguido enfrentar as mais de 1600 páginas e os inúmeros personagens – alguns deles com vários nomes e apelidos diferentes.
Enfim, vou admitir que sentirei falta de alguns deles, tão singulares e tão apaixonantes e por isso ilustrarei o post com imagens do filme estrelado por tantos atores magníficos para tornar essa leitura um pouco mais visual para vocês.
Algumas pessoas chegam a ler outros livros antes de se aventurar em Os Miseráveis pela profundidade da obra, mas eu fui em frente e me meti nessa bela enrascada, escrita pelo genial Vitor Hugo em 1862. Isso por causa do Desafio literário que eu mesma propus a vocês e que agora receberá essa obra na seguinte categoria:
Jean Vanjean |
Os Miseráveis conta a história de Jean Valjean, um homem condenado a trabalhos forçados nas Galés por roubar um pão para alimentar sua família. Só que sua pena aumentava à medida que ele tentava escapar da escravidão e isso lhe roubou 18 anos de vida.
A história se passa em 1812, na França e trás um núcleo de personagens típicos de periferia. Prostitutas, ex-presidiários, vigaristas, meninos de rua etc. compõem o cenário pobre e miserável de pessoas endurecidas, como o próprio título já diz: Miseráveis.
Jean Valjean cumpre sua pena e é liberto, mas deve andar com seus documentos que provam que ele esteve nas Galés como escravo e alerta a qualquer um que ele é um homem perigoso e agressivo. Isso torna sua vida ainda mais complicada.
Repudiado, nunca consegue um lugar para dormir ou para comer e passa a vagar pelas cidades, passando fome, até conhecer o Bisco Bienvenue e essa parte é hilária. O bispo é muito louco, prega o desprendimento total de seus bens e vive quase na pobreza, mesmo que receba da igreja condição mais do que necessária para viver bem e isso gera brigas homéricas com sua irmã.
E essa personalidade o torna um alvo fácil para Jean Valjean que ao passar a noite em sua casa, acaba roubando seus objetos de prata e fugindo de madrugada. Mas é capturado é trazido de volta pela polícia. Nesse momento acontece a maior transformação de sua personalidade.
Subjugado e humilhado acaba presenciando mais uma das loucas facetas do Bispo Bienvenue que diz aos policiais que havia doado aquela prataria toda para ele e ainda lhe entrega mais dois candelabros e manda que os policiais o libertem.
Antes de deixa-lo ir embora, o Bispo diz a Jean Valjean que fez isso para que ele se torne um homem bom novamente e que volte a acreditar em Deus. Isso mexe com sua cabeça e o faz voltar a raciocinar como uma pessoa de bem e não tão endurecido pela vida e pelos anos de escravidão. Por isso ele rasga seu documento e resolve criar uma vida nova, mas se torna um fugitivo da lei.
Anos se passam, Jean Valjean prospera e cresce como pessoa de bem. Cria uma indústria, empregando várias pessoas e se transformando no novo prefeito da cidade, tornando a vida de todos ao seu redor, muito melhor.
Até que aparece Javert que descobre que ele é um fugitivo da polícia.
Uma pausa aqui para falar sobre a magnífica atuação dos atores nesse musical. Não pouparei elogios para todos eles, que tornaram essa obra tão linda e profunda em algo ainda mais incrível.
Nesse meio tempo Jean Valjean conhece Fantine, uma mulher sofrida que precisou deixar sua filha Cosette sob o abrigo de um casal, que prometeu cuidar da criança em troca de dinheiro, que ela deveria mandar de tempos em tempos. Por acaso ela é demitida da indústria de Jean Vanjean e acaba na periferia passando por períodos horríveis em sua vida para cumprir sua promessa.
É aqui que ela canta essa música que me fez chorar como uma menininha (hahaha):
Jean Valjean se sente culpado pela sua situação e a acolhe, prometendo buscar sua filha assim que puder e dar a ela tudo que lhe foi negado até então. Muita coisa acontece nessa parte da história. Ele realmente vai buscar Cosette e descobre que o casal que cuidava dela na verdade a maltratava e usava o dinheiro para seu próprio bem e não o dela. Então ele tira a garota do casal e a adota como filha.
Essa parte da história é horrível no livro, mas no filme é hilária (maior contraste que percebi entre as duas versões)! Me deu uma tristeza enorme ler sobre a péssima vida da pequena Cosette e o quanto Fantine estava enganada ao pensar que havia feito o melhor para sua filha. A infância sofrida e os maus tratos me deram arrepios. Torci para Jean Valjean chegar logo...
A relação dos dois, por outro lado, é deliciosa. Jean Valjean a acolhe como filha e, mesmo fugindo de Javert o tempo todo, dá à menina a dignidade perdida. Ele troca de nome diversas vezes na história, muda como um camaleão diante dos percalços de sua jornada, mas nada diminui seu brilho e sua vontade de viver.
O que torna a história muito grande e às vezes cansativa é a mania que o narrador tem de puxar o leitor para o ambiente ou para a época da história em que aquela cena está acontecendo. Para isso ele conta toda uma nova história dentro daquela e se você não pular páginas (não faça isso aqui, mesmo que a história demore um ano para ser lida) vai se perdendo dentro de muita coisa além do romance propriamente dito.
O ponto positivo disso é: Mesmo com toda essa divagação, a obra vale a pena. O narrador tem o dom de envolver o leitor em qualquer história que conte e até mesmo quando Jean Valjean está percorrendo os esgotos da cidade, a parte acrescida do narrador é interessante.
Uma coisa que li em algum lugar (agora não me lembro onde), é que os fatos históricos contados no livro não devem ser levados muito a sério, porque não relatam a verdade completa. As batalhas (A Batalha de Waterloo por exemplo – A que Napoleão Bonaparte perdeu que é o cenário em que a história toda se passa) contem muitos fatos que não aconteceram ou que foram diferente.
Portanto não é uma obra para aprender sobre a história Francesa e sim para ser encarada como um Romance histórico “baseado” na história real. O autor romanceou muito, tudo que realmente aconteceu, mesmo assim dá para visualizar muita coisa, se você estudou um pouco a história da França na época do ginásio.
Eu, particularmente, sempre gostei muito da história da França. No período que estudávamos isso na escola lembro que me empenhava mais nessa matéria do que nas outras e é por isso que percebi o grande erro que muita gente comete ao falar desse livro.
Os miseráveis, NÃO se passa durante a Revolução Francesa que aconteceu em 1789. A Revolução que vemos na obra é a Estudantil. A obra toda se passa no período entre 1812 e 1832, portanto a Revolução Francesa JÁ ACONTECEU!
Falando em Revolução Estudantil, essa é uma parte muito bacana do livro, onde conhecemos outros personagens ótimos que não posso deixar de citar:
Primeiro falarei sobre o jovem Marius Pontmercy que se apaixona por Cosette (que nessa altura já é uma jovem mulher) e mal enxerga Éponine que se derrama aos seu pés - Sua vida tem um laço incrível com a vida de Cosette, mas isso você só vai descobrir se ler a obra rs).
Éponine tem uma das histórias mais tristes do livro, porque sofre de amor o tempo todo – e isso para mim é pior do que a própria morte – e também é protagonista de uma das cenas mais lindas do filme. É de chorar, porque eu li o livro, sofri por ela e nessa cena... (lágrimas)
O outro personagem que me apaixonei foi pelo pequeno Gravoche um garoto incrível e esperto além do limite que é tão perspicaz que praticamente rouba a cena quando aparece. Ele ilumina o elenco de personagens que formam a Revolução Estudantil e no filme suas músicas foram as mais fofas, mesmo que estivessem gritando por guerra e sangue.
A quantidade de personagens é imensa. No começo foi difícil me encontrar, mas com o passar das páginas a coisa fica no automático. As personalidades são facilmente distanciadas e mesmo com núcleos distintos, como acontece muito, todos eles acabam se interligando de uma forma ou outra. Alguns de forma surpreendente como no caso de Épomine e Cosette.
O interessante é que a obra passa por gerações e os mesmos personagens se encontram em situações diferentes e eles estão tão modificados pelos problemas que enfrentaram na vida que não se dão conta que já se conheceram - Algumas vezes acabam se reconhecendo, mas em outras, isso passa despercebido. Não é uma falha do escritor, como ouvi algumas pessoas falando, mas sim o que acontece de fato em nossa vida.
Eu não sei mais o que falar dessa obra, aqui no Word já se foram 4 páginas e sinto que não contei nada. Sinto que estou na página 5 do livro ainda e tenho mais de 1600 para resenhar e mesmo assim seria injusta.
Demorei 4 meses para ler esse livro. Parei diversas vezes porque me cansava dela e voltava porque sentia falta – Principalmente de Jean Valjean - mas quando cheguei ao final, respirei orgulhosa de mim e pesarosa por ter que abandonar tantos personagens incríveis.
Não consigo diminuir uma estrela por conta disso. Não seria justo com Vitor Hugo que escreveu uma história incrível e foi tão criticado pelos leitores, pela igreja, pelo governo, pelos jornais e por mais meio mundo. Hoje Os miseráveis é um clássico que deve ser lido e apreciado.
Aff, você é uma vencedora.. que livro chato, minha nossa!! Entediante, ams seu que ele possui uma bela história, não consegui sair acho da décima página hahah Gosto melhor do filme na versão não cantada! Bem, é uma linda história mesmo.
ResponderExcluirBjos e uma semana linda,
http://www.dmulheres.com.br/
HAHAHAHA nossa!
ExcluirHAHAHAHA nossa!
ExcluirOi Camila,
ResponderExcluirAinda não li "Os Miseráveis". Li "O Corcunda de Notre Dame" e fiquei tão deprê que não tive coragem de ler "Os Miseráveis". Preciso tomar coragem e ler.
Bjs
Não é expressiva. É linda, profunda, magnífica em todos os sentidos. Vai em frente!!!!
ExcluirBela resenha, Camila. Deu vontade de ler. Parabéns por vencer Os Miseráveis!
ResponderExcluirWe are the champions, my friend!!! Hahahaha
ExcluirNão é à toa que os clássicos são "clássicos". Também tenho vontade de ler Os Miseráveis. Está em minha grande lista... rsrs
ResponderExcluirRegina, você vai AMAR!!!! Vale cada página imensa e cheia de descrição! Hahaha
ExcluirOi Camila, já li há muito tempo, e também suspirei bastante, rsrsrs e assisti todas as versões cinematográficas... sou fã!!! Beijosss
ResponderExcluirNunca li o livro mas já vi diversas versões para o cinema. Muito bom e profundo mesmo!
ResponderExcluirBj e fk c Deus
Nana
http://www.procurandoamigosvirtuais.blogspot.com
Que resenha linda, Cah! Adorei como descreveu a obra. Como já vi o filme, conseguia visualizar todas as cenas e personagens descritos por você! Realmente é uma história incrível, não sei se teria coragem de ler as 1600 páginas (menina corajosa, você). Parabéns também pela contextualização histórica da obra, enriqueceu ainda mais a sua resenha! Pensa em dar mais uma chance para Crime e Castigo? rs
ResponderExcluirbeijos
Que resenha linda, Cah! Adorei como descreveu a obra. Como já vi o filme, conseguia visualizar todas as cenas e personagens descritos por você! Realmente é uma história incrível, não sei se teria coragem de ler as 1600 páginas (menina corajosa, você). Parabéns também pela contextualização histórica da obra, enriqueceu ainda mais a sua resenha! Pensa em dar mais uma chance para Crime e Castigo? rs
ResponderExcluirbeijos
Responderei sua pergunta com uma palavra apenas: NEVER!!!! HAHAHAHA
ExcluirMuito obrigada pelo comentário. Me apaixonei pela obra mesmo! ;)