Esse livro fala sobre duas garotas e a incrível amizade que existe entre elas, apesar das diferenças. Fala de um período conturbado da história em que negros eram tratados como animais e forçados a trabalhar sem dignidade alguma. Eram açoitados, humilhados e esquecidos.
Sinopse: Em sua terceira obra, Sue Monk Kidd, cujo primeiro livro ficou por mais de cem semanas na lista de mais vendidos do New York Times, conta a história de duas mulheres do século XIX que enfrentam preconceitos da sociedade em busca da liberdade. Sue Monk Kidd apresenta uma obra-prima de esperança, ousadia e busca pela liberdade. Inspirado pela figura histórica de Sarah Grimke, o romance começa no 11º aniversário da menina, quando é presenteada com uma escrava: Hetty “Encrenca” Grimke, que tem apenas dez anos. Acompanhamos a jornada das duas ao longo dos 35 anos seguintes. Ambas desejam uma vida própria e juntas questionam as regras da sociedade em que vivem.
Classificação
Editora: Paralela
Esta obra fala sobre a descoberta da consciência, diante de tantas injustiças e os inúmeros problemas que as mentes modernas sofriam por sonhar com a igualdade. Mostra o quanto os brancos viviam escravizados embaixo de suas próprias leis estúpidas.
Esse livro, ainda conta a história da Sinhazinha Sarah que ganhou de presente de aniversário, uma negrinha chamada Hetty. Ela veio com laço no pescoço e outro na cintura, como se fosse um presente de verdade. Esse livro conta o que esse ato miserável desencadeou nos Estados Unidos em 1800.
Acima de tudo, essa obra conta, com detalhes lamentáveis, sobre a luta das mulheres em busca de igualdade, ao mesmo tempo em que tentam libertar os negros da escravidão e mais um monte de outras coisas.
Então, reformulando a primeira frase dessa resenha: Esse livro fala sobre duas garotas e a incrível amizade que existe entre elas, porque sabiam que eram iguais apesar de serem de cores diferentes.
"Tenho uma mente para o mestre ver. Tenho outra mente que sei ser eu". - Encrenca
O que mais eu devo falar dessa obra, que seja capaz de convencer você a se jogar nessa leitura? É um livro incrível, com uma história comovente e verdadeira. Mais uma vez, li uma obra de ficção, moldada sobre a realidade de algo e confesso que adorei isso.
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Sarah Grimke |
Sarah, a sinhazinha que ganhou uma negrinha chamada de Encrenca como presente de aniversário, realmente existiu. A Encrenca também, mas sua história acaba aí, para que a de sua "dona" continue. Isso na realidade, porque aqui no livro conhecemos a história de ambas. A escritora Sue Monk Kidd, resolveu desenvolver o papel da escrava também, já que sua obra falaria de amizade e de luta. Nada mais justo. O resultado é belo!
E saiba que Sarah foi uma grande mulher, diferente de todas as outras ao seu redor. Lutou contra a escravidão e começou logo cedo, ao negar seu presente de aniversário e desafiar o pai. Reafirmou-se ao ensinar Hetty escrever e também ao defendê-la em várias situações.
"Ela estava presa como eu, mas presa por sua mente, pela mente das pessoas em volta dela, não por lei. Na Igreja Africana, sr. Vesey dizia: “Cuidado, você pode ser escravizado duas vezes, uma vez pelo corpo e uma vez pela mente”. Tentei dizer isso a ela. Falei: “Meu corpo pode ser escravo, mas não minha mente. Pra você, é o contrário”. Ela piscou pra mim e as lágrimas voltaram, brilhantes como o vidro do candelabro". - Encrenca
Sarah não parou por aí, ao perceber que perderia a luta em favor dos negros por ser mulher, começou a lutar como feminista pelos direitos iguais que hoje nós desfrutamos. Impôs-se diante de uma sociedade endurecida e lutou com todas as forças pelos seus ideais.
Abandonou sua família, pois não concordava com o que via ali: Negros sendo castigados, vendidos e separados de seus filhos. A realidade de sua casa não fazia parte de suas ambições e como adulta ela podia lutar.
"Observei Sarah colocando seus poucos pertences em cima da colcha e pensei, essa não é a mesma Sarah que foi embora daqui . Ela tinha um olhar firme e sua voz não vacilava e hesitava como antes. Ela tinha sido fervida até virar um caldo forte e bom". - Encrenca
Sarah não abandona Encrenca. A luta que ela trava, ao lado de uma irmã, às vezes parece tão maior do que aquela negrinha que ela ganhou em seu aniversário, mas o coração dessa sinhazinha guarda virtudes ainda maiores.
O final é lindo, comovente e infelizmente não foi o final de milhões de escravos e seus senhores. A cada livro que leio sobre esse assunto, me assusto mais com a humanidade.
Enfim, é uma obra maravilhosa, muito bem escrita e que vai mexer com você de alguma forma. Esse livro estava parado aqui há algum tempo e com a arrumação para a minha estante acabou sendo resgatado.
Mais uma dica: Olhe para os livros encalhados em sua estante, pode surgir uma obra incrível e que você desdenhava por não ser um livro famoso!
Oi Camila, mais um livro que eu nunca ouvi falar, pela história já me interessei... e olha que tem cara de que vai virar filme, ou já existe??/ Beijosss
ResponderExcluirÓtima resenha! Acabei de ver que esse livro é da mesma autora de A Vida Secreta das Abelhas. Só vi o filme. Tem na Netflix. Acho que você vai gostar, Camila. Assista e me conte. Beijos!
ResponderExcluirOi Camila,
ResponderExcluirEu sou doida para ler algo da autora porque sou apaixonada por A Vida Secreta das Abelhas, aliás, preciso ler esse também.
Pela resenha é tão emocionante quanto.
tenha um ótimo final de semana
Nana - Obsession Valley
oi, oi.
ResponderExcluirantes mesmo de ler a tua resenha, já fui salvando o post pq sei q iria amar o livro. e não errei. a história parece ser incrível e bem o tipo de leitura que ando buscando.
obrigado por compartilhar esse tipo de resenha/livro aqui. *-*
bjs!
Não me venha com desculpas
Oi, Camila. Tudo bem?
ResponderExcluirJá conhecia o livro de nome mas não imaginava que se tratava de um livro com essa temática.
É muito bom encontrar obras que além de histórias nos fazem conhecer mais sobre outras culturas e costumes mesmo que o caso seja dessa época de escravidão.
Pelo que contou é mesmo uma ótima leitura e emocionante, lutar contra a escravidão naquela época não deve ter sido fácil e ainda mais se tratando de uma mulher. Ainda bem que existiram pessoas fortes que lutaram contra a escravidão e contra o machismo para que hoje nós tenhamos acesso a esse tipo de obra escrita por uma MULHER! <3
Infelizmente não dá pra priorizar agora mas vou salvar na minha listinha e indicar para algumas amigas que sei que adorarão a dica.
Um beijo!
Crônica sem Eira