Livro incrível que me surpreendeu demais. Não foi o que eu esperava após ter lido tantas resenhas (isso sempre atrapalha), mas o que encontrei aqui é ainda melhor e é uma obra que serviu de base para outras que gostei muito, então valeu a pena me doar à essa história.
Sinopse: “O Colecionador" é a história de Frederick Clegg, um homem solitário com um plano para conquistar o grande amor de sua vida. "O Colecionador" também é a história de Miranda Gray, sequestrada por um maníaco que acha que pode obrigá-la a se apaixonar por ele. Dois narradores antagônicos, sequestrador e vítima, brilham no romance de John Fowles.
Um rapaz se apaixona por uma garota, mas sua personalidade, um tanto peculiar, o impede de se aproximar dela. As primeiras páginas contam muito bem o tipo de pessoa que ele é.
Acontece que ele é um psicopata e sente essa necessidade de possuí-la e assim talvez a faça amá-lo. Veja bem, não encare esse "possuí-la" como algo sexual, o que o rapaz quer, na verdade, é ter essa garota para ele como um objeto maravilhoso, como um pássaro na gaiola ou talvez como uma obra de arte presa a parede. Para isso ele a sequestra. Ah, ele diz o tempo todo que ela é sua hospede! (rá, sei!).
Essa história pode não parecer muito original, talvez você já tenha lido aí ao menos dois livros que falam disso, mas, acreditem, essa obra foi a primeira que trouxe esse tema, exposto desse jeito, para a literatura e todas as outras podem (ou não) ter se baseado nessa para nascer.
O livro é narrado em primeira pessoa, mas dividido em duas partes. Na primeira parte é Frederick quem expõe os fatos. Sua obsessão fica evidente e, por incrível que pareça, sua inferioridade diante dela também. Em determinados momentos da história você chega a sentir pena dele. Ele mostra o quanto ela é forte e decidida. Inteligente acima da média, chega a ser esnobe e, diversas vezes, até manipuladora.
Na segunda parte a coisa muda de figura e é Miranda quem passa a narrar os fatos de seu próprio sequestro. É aqui que a obra te dá o petardo. Só digo uma coisa: É muito mais completa e bizarra!
Eu não quero falar mais nada, principalmente sobre essa segunda parte, porque é interessante você se deixar guiar pela narrativa de ambos. Achei muito intrigante o paradoxo das personalidades de ambos quando narrado através dos outros do outro e de si mesmo. Como uma pessoa pode ser diferente aos olhos de cada observador. Isso é algo que grudou em minha cabeça e não consigo parar de pensar no assunto.
Obras que beberam dessa fonte
Jhon Fowles pode ter sido lido por alguns escritores do gênero e pode ter inspirado outras histórias igualmente fantásticas. Pode ser que exista outras, mas aqui quero citar duas que me marcaram e que gostei demais:

Misery (Louca Obsessão) - Stephen King
Sim, eu acho que o mestre leu esse livro para criar uma de suas melhores histórias. A trama não é exatamente igual ao "Colecionador", mas tem similaridades incríveis. De qualquer forma vale a pena ler as duas porque não seguem o mesmo rumo e o final é absolutamente diferente.
Dias Perfeitos - Raphael Montes
Essa eu tenho certeza que veio direto da fonte. Parece até uma releitura. Obviamente possui algumas diferenças estruturais, mas a base toda está lá. Uma ressalva que quero fazer é que em "Dias Perfeitos" as coisas são muito mais bizarras! Recomendo demais a leitura. Aliás, recomendo o autor e toda sua bibliografia.
Tem resenha desse livro AQUI. Confira.
E é isso. Não é porque um escritor se inspirou em outra obra que seu livro deve ser descartado. Não sendo uma cópia e possuindo pontos específicos só faz a coisa toda mais interessante. Um dia farei um post sobre obras que não são tão "novidades" como nós pensamos ser, mas ainda sim são ótimas.
Uma pequena ressalva: A DarkSide relançou esse livro recentemente com uma capa de “cair o queixo”. Eu li na versão antiga (deu o maior trabalho para achar), mas fiquei encantada com o trabalho da Editora para essa nova edição. O livro parece um quadro!!! Quero demais.
Gostei querida amiga ,muitos beijinhos no coração felicidades
ResponderExcluirGostei da borboleta emoldurada na capa. A DarkSide capricha. Depois quero ver seus posts sobre Dois Irmãos e A Morte de Ivan Ilich, Camila. Beijos!
ResponderExcluir