Essa é uma história sobrenatural de um carro assombrado, contado pelo melhor amigo de Arnie, seu nome é Dennis. É através de seus olhos que conhecemos Christine e, assim como ele, notamos logo de cara como a história toda já começa errada.
Sinopse: Arnie Cunnigham era um perdedor. Rosto coberto de espinhas, desajeitado com as garotas, magro demais, passava os dias pelos corredores da escola, tentando fugir da gozação dos colegas. Isso até Christine entrar em sua vida. Amor à primeira vista. A partir desse dia, o mundo ganha novo sentido. Tudo o que Arnie quer é estar junto de Christine. Mas não espere um novo Romeu e Julieta, tratando-se da mente assombrosa de Stephen King. Christine é um carro. Um Plymouth Fury 1958. Um feitiço sobre rodas que se apodera de Arnie e faz dele alguém diferente. Há algo poderosamente maligno solto pelas estradas de Libertyville. Uma força sobrenatural que vai deixando seu rastro de sangue por onde passa.
A história é fantástica. Não quero entregar muitos detalhes para quem não leu, mas basta saber que Arnie vê Christine, na casa de seu ex-dono, caindo aos pedaços e fica alucinado por ela, ao ponto de pagar muito mais do que ela vale, mesmo com os protestos de seu amigo. É como se ele estivesse enfeitiçado.
A partir daí as coisas vão ladeira abaixo em uma velocidade incrível. A família de Arnie fica "fula" da vida com a aquisição. Dennis começa a não reconhecer seu amigo por conta da mudança repentina de comportamento e por isso começa a investigar qual é a história desse carro velho que lhe causa arrepios.
Antes e depois de Arnie |
Olha, nesse livro tem de tudo: Carro que anda sozinho, atropelamentos bizarros (narrados com tantos detalhes que dá nó no estômago), cenas de tensão para quem pega carona com Arnie, pessoas vivas vendo mortas andando em Christine por aí e uma das cenas mais angustiantes que já li:
Quando a namorada de Arnie engasga dentro do carro. Essa cena é de tirar o fôlego no livro. No filme ficou mais leve, mas mesmo assim dá um desespero! Dá uma olhadinha nela:
Acreditem, a leitura é bem pior do que essa cena. Leigh, a namorada, se torna parceira de Dennis na luta contra Christine e o desenrolar é alucinante.
O ponto negativo do livro: A parte realmente alucinante como eu estou dizendo até aqui só começa da metade para frente. É um livro de 600 páginas e nas primeiras 300 acompanhamos a amizade entre Arnie e Dennis, a mudança de Arnie e todo o desenvolvimento do carro, se revelando aos pouquinhos.
Mas na segunda metade é que tudo acontece. Os assassinatos, as pessoas realmente entendendo o que está acontecendo e o melhor: o motivo para Christine ser como é que, diga-se de passagem, é diferente do motivo do filme e também sua primeira cena.
Gostei muito do livro apesar disso, quem lê muito Stephen King já está acostumado com essa "enrolação". Ele dá todo o panorama da cidade e das pessoas antes de entrar fundo na história. Achei exagerado, mas nada de se jogar fora pela genialidade da escrita.
Quanto ao filme: Os livros do King foram muito adaptados nos anos 80/90 e possuem (TODOS) um ponto negativo e um positivo:
Negativo: é fraco em produção, com atores bastante despreparados e algumas mudanças importantes que alteram os finais das obras.
Positivo: Mesmo com a mudança, as cenas mais impactantes dos livros estão lá e com as mesmas falas escritas por King. Isso é delicioso para o leitor.
Em Christine, escrito em 83 e adaptado em 84 é tudo muito fiel. As melhores cenas estão presentes e algumas falas icônicas também. As mudanças e adaptações não fazem diferença na história e, apesar do final ser diferente, a diversão é garantida.
Não é à toa que virou um clássico!
Eu era adolescente quando o filme saiu e achei muito legal. Falta ler o livro. E rever o filme pra saber se agora vou detestar. :) Quanto às lerdezas do King, você está certa, Camila, os leitores já contam com elas. Obrigada por me avisar sobre o post! Avise sempre. Beijos!
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